terça-feira, 12 de maio de 2009

Quem diria...

Sempre neguei a corrida. Dizia que não gostava, que preferia bicicleta ou natação. Essa coisa de correr começou na Austrália, por falta de opção. Lá eu era pobre e não tinha dinheiro pra pagar uma escola ou clube pra nadar e muito menos comprar uma bike. Eu morava próximo à uma baia e isso me incentivava a correr. País novo, ar novo, paisagens novas e a diferença de fuso me fizeram acordar bem cedo pra dar umas voltas pela Hen & Chicken Bay antes de ir pra aula. Quando voltei pro Brasil continuei correndo, sem muita frequência, pra aliviar o stress.

Hen & Chicken Bay, onde eu corria em Sydney

Desde o meio de 2008 tenho me empenhado mais. Isso porque em agosto, a gente (eu, Julia e amigos) resolveu participar da Corrida de Inverno da Adidas no Rio de Janeiro. Eu nos 10k, a Julia nos 5k. A prova nos deixou empolgados e treinei forte depois dela. Tão forte que meu tornozelo começou a doer e tive que parar por um tempo. Em dezembro de 2008 voltamos e fizemos uma prova de 6k da Run&Fun. Já no começo do ano, decidimos treinar mais sério. Dessa vez nós dois correríamos os 10k da Corrida do Outono da Adidas em São Paulo. Nossos resultados foram bons e desde então, venho correndo com certa regularidade.

A corrida desse último sábado foi incomum. A noite fazia 17º e o percurso era na Cidade Universitária. Antes da largada da Night Run, alguns pingos acertaram a minha cabeça. Achei que era apenas uma ameaça e que logo a garoa iria embora. Largamos embaixo de garoa fina. Lá pelo quilômetro 2, o chão já estava todo molhado. Quanto mais a gente corria, mais a chuva aumentava. No meio da prova a camiseta já estava pesada de tanta água, as passadas emitiam um "shlosh, shlosh" e os corredores espirravam água pra todo lado. Os raios se confundiam com a iluminação do evento e os trovões com a música. Nada disso me fez tirar o foco da corrida. A cada quilômetro eu olhava o relógio e via que meu ritmo era parecido com o da corrida anterior. No quilômetro 7 a chuva apertou e já atrapalhava a visão. A água escorria pela testa e incomodava bastante. Foi aí que resolvi apertar o passo pra sair logo da chuva. Nos últimos 500m corri o mais que aguentei. Cruzei a linha de chegada com 51'01" e feliz da vida. Logo em seguida a chuva resolveu ir embora. Pegamos nossas medalhas, as frutas, os isotônicos e resolvemos ir pra casa também. Foram 10 quilômetros com muita chuva, mas não foi ruim. O que atrapalhou mesmo foi o trânsito pra chegar e sair da USP.

Hoje, posso me considerar um corredor. Hoje, posso dizer que gosto de correr. Até a Ecorun!



Largada da Night Run


Muita chuva até a chegada

:: Fila Night Run – São Paulo
Data: 9 de maio de 2009
Horário: 20h
Clima: Nublado e com chuva
Distâncias: 5 km e 10 km
Temperatura: 18ºC (média)
Postos de hidratação: 5 (4 no percurso e 1 na chegada)

Pódio:
5 km
Masculino
1º – Adriano Bastos, 14min55s
2º – Caio da Rocha Silva, 15min27s
3º – Carlos Severiano, 16min13s
Feminino
1º – Fabiane Cavalcante de Souza, 16min47s
2º – Tatiele Roberta de Carvalho, 17min03s
3º – Camila Santos, 17min38s

10 km
Masculino
1º – Rafael Santos, 31min45s
2º – Cláudio Ferreira, 32min15s
3º – Francisco Silva, 33min21s
Feminino
1º – Maria Cecília Severiano, 39min55s
2º – Paloma Vasconcelos, 41min27s
3º – Cleuma Marques, 42min12s

2 comentários:

Elke disse...

Corrida é esporte de gente madura!
Acho que amadurecemos! Hehehe
Logo vai querer correr pelo menos uma meia maratona, depois uma inteira!! :)
Parabéns pela corrida!

Julia disse...

E eu no maior aperto, fugindo da chuva, esperando vocês chegarem logo.
No final deu vontade de ter corrido, com chuva e tudo. A cara das pessoas que terminam a prova sempre dá vontade de participar.